quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Céu azul

.
Kandinsky, Sky blue, 1940. Oil on canvas, 100 x 73cm.
.
.
...«Falcão levantou-se e, como se nada tivesse acontecido, começou a caminhar. Abraçou uma árvore. Beijou-a. Agachou-se diante de uma flor, parecia querer penetrar nas suas entranhas. Dizia algumas palavras inaudíveis, como se esti­vesse a fazer uma oração ou a elogiar a flor.
...Marco Polo, teimoso e com a voz embargada, arriscou dizer algo para manter o vínculo:
...— Até amanhã!
...Falcão levantou-se e comentou:
...— O tempo não existe, rapaz. Amanhã, a chama da vida pode ter-se apagado!
...Em seguida, foi-se embora sem se despedir. Enquanto andava, abria os braços e fazia um movimento de dança. Com uma voz vibrante, olhava para a paisagem enquanto cantava What a Wonderful World, de Louis Armstrong, com algumas modificações na letra:
...Eu vejo o verde das árvores, rosas vermelhas também,
...Eu vejo-as florescerem para a humanidade
...E eu penso... que mundo maravilhoso.
...Eu vejo o azul dos céus e o branco das nuvens.
...O brilho do dia abençoado, a sagrada noite escura.
...E eu penso... que mundo maravilhoso.
.
...O mundo intelectual de Marco Polo não estava maravi­lhoso, pois passara por um vendaval. Profundamente intriga­do, ele disse para si mesmo: Que homem é este que se esconde na pele de um miserável? Que mendigo é este que parece ter muito, mas possui tão pouco
.
Augusto Cury (2008). A Saga de um Pensador. A paixão pela vida. Lisboa: Bertrand Ed., pp. 25-26.
.

Sem comentários: