quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Desejos para colorir

.
Eva Armisén, Desejos, 2000. Óleo s/ papel, 9 x 20cm (cada).
.
.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

.
.
.
A quem sabe esperar, o tempo abre as portas.
.
.
(Provérbio Chinês)
.
.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Cativeiro

.
Emília Nadal, Sem título, 1975. Serigrafia, 56 x 48cm.
.
.
...
E os captivos suspiram. Bandos de aves
Passam velozes, passam apressados,
Como absortos em intimos cuidados,
Como absortos em pensamentos graves.
.
E dizem os captivos: Na amplidão
Jamais se extingue a eterna claridade...
A ave tem o vôo e a liberdade...
O homem tem os muros da prisão!
.
Aonde ides? qual é vossa jornada?
Á luz? á aurora? á immensidade? aonde?
— Porém o bando passa e mal responde:
Á noite, á escuridão, ao abysmo, ao nada! —
.
E os captivos suspiram. Surge o vento,
Surge e perpassa esquivo e inquieto,
Como quem traz algum pezar secreto,
Como quem soffre e cala algum tormento.
...
.
.
Antero de Quental, "Os Captivos", in Sonetos.
.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Intermezzo

.
.

.
.
.
La vida sin música sería un error.
.
Friedrich Nietzsche
.
.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Prossegue a música

.
Jean-Jacques Sempé, Ensemble instrumental, 1993.
.
...
Prossegue a música, e eis na minha infância
De repente entre mim e o maestro, muro branco,
Vai e vem a bola, ora um cão verde,
Ora um cavalo azul com um jockey amarelo...
...
Atiro-a de encontra à minha infância e ela
Atravessa o teatro todo que está aos meus pés
A brincar com um jockey amarelo e um cão verde
E um cavalo azul que aparece por cima do muro
Do meu quintal... E a música atira com bolas
À minha infância... E o muro do quintal é feito de gestos
De batuta e rotações confusas de cães verdes
E cavalos azuis e jockeys amarelos ...
.
Todo o teatro é um muro branco de música
Por onde um cão verde corre atrás de minha saudade
Da minha infância, cavalo azul com um jockey amarelo...
.
.
Fernando Pessoa, "O Maestro Sacode a Batuta", in Cancioneiro.
.

sábado, 26 de dezembro de 2009

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Las aventuras del niño Jesús

.
.
Este es un libro sobre un niño muy especial: el niño Jesús. Alberto Manguel recopila textos sobre la infancia de Jesús, que van de lo ortodoxo – el evangelio de Judas - a lo heterodoxo – los evangelios apócrifos y gnósticos, las fuentes islámicas, pasando por las recreaciones de anónimos del siglo XV, canciones populares inglesas o aproximaciones a las andanzas del Cristo infante. Y saltando de unos textos a otros, a través de los siglos y en visiones complementarias, asistimos al nacimiento del niño Jesús en Belén, a la huida con su familia a Egipto, a su diálogo con los doctores en el templo y a sus primeros milagros, pero también a su encuentro ya en la infancia con Judas y con los dos ladrones que lo acompañarán en su agonía, a cómo da vida a pájaros de arcilla que ha modelado con sus manos, cambia el color de las telas, sana con el agua en la que se baña o con el simple roce de sus pañales...
.
.
Alberto Manguel (2009). Las aventuras del niño Jesús. Barcelona: RBA Libros.
.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Natal, e não Dezembro

.
.
Entremos, apressados, friorentos,
Numa gruta, no bojo de um navio,
Num presépio, num prédio, num presídio,
No prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos, e depressa, em qualquer sítio,
Porque esta noite chama-se Dezembro,
Porque sofremos, porque temos frio.

Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
Talvez seja Natal e não Dezembro,
Talvez universal a consoada.
.
.
David Mourão-Ferreira, "Natal, e não Dezembro", in Cancioneiro do Natal.
.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

You´re too young

.
Kelly Forsberg, Said, 1997.
.
.
[...]

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Coisas lindas que nunca existirão

.
David Tobey, Reaching for the cure, 2007. Acrylic 36" x 49".
Collection of the American Cancer Society.
.
.
O que me dói não é
O que há no coração
Mas essas coisas lindas
Que nunca existirão...
...
São como se a tristeza
Fosse árvore e, uma a uma,
Caíssem suas folhas
Entre o vestígio e a bruma.
.
.
Fernando Pessoa, "O que me dói não é", in Cancioneiro.
.

domingo, 20 de dezembro de 2009

sábado, 19 de dezembro de 2009

A chave das palavras

.
Melissa Ling - Illustration, 2009.
.
.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Desde a aurora

.
David Tobey, Dark Garden, 2007. Acrylic, 48" x 36".
.
.
Como um sol de polpa escura
para levar à boca,
eis as mãos:
procuram-te desde o chão
...
Sou eu, desde a aurora,
eu — a terra — que te procuro.
.
.
Eugénio de Andrade, "Desde a aurora", in Obscuro Domínio.
.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Murmura esta canção

.
Paula Rêgo, La fête, 2003. Pastel s/ papel, 170 x 120 cm.
.
.
quando eu morrer murmura esta canção
que escrevo para ti. quando eu morrer
fica junto de mim, não queiras ver
as aves pardas do anoitecer
a revoar na minha solidão.
...
.
.
Vasco Graça Moura, "Soneto do amor e da morte", in Antologia dos Sessenta Anos.
.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Mutilación genital

.
.
Una historia de ablación de toda niña que vive en una comunidad en la que ser querida, casarse y disfrutar de alta estima implica estar genitalmente mutilada.
.
.
Kim Manresa (1998). El dia que Kadi perdio parte de su vida. Barcelona: Blume.
.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

¿por qué se suicidó?

.
.
Tras el inesperado suicido de su novio, perfumista en Tokio, la joven periodista Ryoko cobra conciencia de lo poco que sabía de él. ¿Quién era Hiroyuki, el joven con el que vivía desde hacía un año? Pero, sobre todo, ¿por qué se suicidó al día siguiente de celebrar apasionadamente su primer año de vida en común? Para entenderlo, la periodista Ryoko decide realizar una investigación - gracias a los datos de la gente que conoció a su novio -, que se convertirá en un viaje al pasado de Hiroyuki, y que la llevará a Praga y a un misterio insondable relacionado tanto con el mundo de los olores como con el de las matemáticas. A través de múltiples hipótesis y búsquedas en los recuerdos propios y ajenos, Ryoko va explorando en la personalidad de Hiroyuki: una existencia llena de misterios, una realidad biográfica que era pura ilusión y una amenaza cuyo peligro sólo pudo entenderse demasiado tarde.
.
.
Yoko Ogawa (2009). Perfume de hielo. Madrid: Funambulista.
.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Releer libros

.
.
Cada libro conserva en su interior las huellas del lector que uno fue en otros tiempos, y releer libros es como viajar en la máquina del tiempo, se encuentran notas, firmas, flores prensadas...
.
.
Jesus Marchamalo (2008). Tocar los libros. Madrid: Consejo Superior de Investigaciones Cientificas.
.

domingo, 13 de dezembro de 2009

sábado, 12 de dezembro de 2009

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Lugares que hay que visitar

.
.
Desde el imponente glaciar Perito Moreno hasta las famosas cataratas del Niágara, desde la ciudad perdida de Machu Pichu hasta la selva virgen del Amazonas...
.
.
Michael Bright (2009). 1001 Lugares que hay que visitar antes de morir. Barcelona: Grijalbo.
.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Sítio exacto

.
Paul Klee, O Peixe Dourado, 1925. Óleo e aguarela s/papel, 49,6 X 69,2cm.
.
.

Sei que não acaba
o teu prazer,
nem o meu.
.
Alguém
ama connosco
e nos leva
ao sítio exacto
...
.
.
António Osório, "Sítio Exacto", in O Lugar do Amor.
.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Espelho

.
David Doubitet, "Jewel anemones", from Water Light Time, 1986. New Zealand. Photography.
.
.
Homem livre, o oceano é um espelho fulgente
Que tu sempre hás-de amar.
...
.
.
Charles Baudelaire, "O homem e o mar", in As Flores do Mal.
.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

El fin del mundo

.
.
Dos historias paralelas se desarrollan en escenarios de nombre evocador: una, en una misteriosa ciudad amurallada, el fin del mundo; la otra, en un Tokio de un futuro quizá no muy lejano, un cruel país de las maravillas. En la primera, el narrador, anónimo, se ve privado de su sombra, de sus recuerdos, y compelido a leer sueños entre unos habitantes de extrañas carencias anímicas y unicornios cuyo pelaje se torna dorado en invierno. En la segunda, el narrador, cuyo nombre también se desconoce, es un informático de gustos refinados que trabaja en una turbia institución paragubernamental enfrentada a otra en una guerra por el control de la información.
.
.
Haruki Murakami (2009). El fin del mundo y un despiadado pais de las maravillas. Barcelona: Tusquets Editores.
.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

domingo, 6 de dezembro de 2009

Mulher

.
Doranne Jacobson , Woman carrying sacred water and flowers.
Photography. Textile (detail). India: Gurajat.
.
.
Há uma mulher a morrer sentada
Uma planta depois de muito tempo
Dorme sossegadamente
Como cisne que se prepara
Para cantar
...
É um nenúfar, é um fluir já anterior
Ao tempo
.
Sei que não posso chamá-la das margens
.
.
Daniel Faria, "Há uma mulher a morrer sentada", in Dos Líquidos.
.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Mergulho

.
Paula Rêgo, Possessão III, 2004. Pastel s/papel, 150 x 100cm.
.
.
mergulho no sonho
as árvores são as minhas raízes
o vento, o mar, o Sol
na sombra com eles brinco
.
não me importo com o mundo
.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Rabisco meus poemas

.
Eurico Gonçalves, Pintura, 1971.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian - Centro de Arte Moderna.
.
.
rabisco meus poemas
com raios do Sol
aconchego-os junto às estrelas
.
que luz intensa a tua
.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Ao anoitecer

.
.
viajantes solitários
marinheiros desaparecidos
mulheres misteriosas
crianças sinistras
.
contos de fantasmas
para ler ao anoitecer
.
.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Falso abandono

.
...
estaré donde menos
lo esperes
por ejemplo
en un árbol añoso
de oscuros cabeceos
estaré en un lejano
horizonte sin horas
en la huella del tacto
en tu sombra y mi sombra
estaré repartido
en cuatro o cinco pibes
de esos que vos mirás
y enseguida te siguen
y ojalá pueda estar
de tu sueño en la red
esperando tus ojos
y mirándote.
.
.
Mario Benedetti, Chau número tres.
.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Um dia contigo

.
Paula Rêgo, Looking Out, 1997. Pastel on papper, 71" x 51".
.
.
nesta solidão
calma, calma, calma
como a eternidade
.
um dia contigo é pouco
.