Antepassados

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Menez, Os Antepassados, 1966.

Óleo sobre tela, 150x170.5cm

Cá dentro inquietação, inquietação

[...]
Há sempre qualquer coisa que eu tenho que fazer
Qualquer coisa que eu devia resolver
Porquê, não sei
Mas sei
Que essa coisa é que é linda
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José Mário Branco, Inquietação.

Estratégia

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Mi táctica es mirarte

...

mi estrategia es

que un día cualquiera

no sé cómo ni sé

con qué pretexto

por fin me necesites.

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Mario Benedetti, Táctica y estrategia.

... silêncio

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Helena Paraty, No caminho para o silêncio.

Centro Cultural Malaposta - Exposição Temporária- Setembro 2008.

Tempo

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... páginas amarelas pelo tempo que passou,
que com ROSAS certamente conviveu,
guardam testemunhos valiosos, bem sei eu,
para os vindouros deste e doutro tempo...
que sobre o passado ficam curiosos

[...]

José Manuel Tudela, Poema. 1998 (inédito).

Dança

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Nadir Afonso, Essor.

danço na proa dos veleiros

até abraçar a maresia

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Letras

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Maria Helena Vieira da Silva, Biblioteca, 1949.
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Os livros. A sua cálida,
terna, serena pele. Amorosa
companhia. Dispostos sempre
a partilhar o sol
das suas águas. Tão dóceis,
tão calados, tão leais,
tão luminosos na sua
branca e vegetal e cerrada
melancolia. Amados
como nenhuns outros companheiros
da alma. Tão musicais
no fluvial e transbordante
ardor de cada dia.

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Eugénio de Andrade, "Num exemplar das Geórgicas." in Ofício da Paciência .

Poesia

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Na tua rua

não há vida.

Não há poesia.

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Sem inspiração

Os pássaros

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Ouve que estranhos pássaros de noite
Tenho defronte da janela:
Pássaros de gritos sobreagudos e selvagens
O peito cor de aurora, o bico roxo,
Falam-se de noite, trazem
Dos abismos da noite lenta e quieta
Palavras estridentes e cruéis.
Cravam no luar as suas garras
E a respiração do terror desce
Das suas asas pesadas.



Sophia de Mello Breyner Andresen, "Os pássaros", in Antologia.

Moraes Editores: Círculo de Poesia, 1975.

Pássaros de Londres

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Os pássaros de Londres
cantam todo o inverno
como se o frio fosse
o maior aconchego
[...]
os pássaros de Londres
falam de esplendor
com que se ergue o estio
e a lua se derrama
por praças tão sem cor
que parecem de pano
em jardins germinando
sob mantos de gelo
como se gelo fora
o linho mais bordado
[...]
os pássaros de Londres
cumprem o seu dever
de cidadãos britânicos
que nunca nunca viram
os céus mediterrânicos



Mário Cesariny, Poemas de Londres. Assírio & Alvim, 1999.

Revisito-me

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Onde estás?

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Martí Carbonell, El observador.

Óleo s/ madeira 48x21cm.

... deserto

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O deserto é um silêncio depois do mar,
É o êxtase da luz sobre o coração da areia.
Vai-se e volta-se e nada se esquece.
Tudo se oculta para depois se dar a ver
No ponto em que os ventos se cruzam
E as almas gritam no fundo dos poços.
...

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José Jorge Letria, "O deserto inominável", in Os Mares Interiores. Lisboa: Teorema, 2001

Sábado

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hoje é sábado

a vida vem em ondas

e eu sou feliz na minha rua

a ver de dia o sol

de noite a lua.

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Não tenho culpa!

"Não tenho culpa de ter nascido em Portugal,

e exijo uma pátria que me mereça."


Almada Negreiros, Ultimato às Gerações futuristas.

Registo de memórias

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Paul Gorka, Reading, 2000. Oil Painting

Quando não se esbanjava nada

O que podemos aprender com as gerações mais velhas?

Tratar con las personas que te rodean

Con tus aptitudes podrás:

controlar a un jefe de mal carácter antes de que explote

despegarte de molestos compañeros con irritantes hábitos

defenderte de enemigos que te roban las ideas

proteger tu territorio de aquellos que no respetan los límites

educar a tus empleados para conseguir los resultados que deseas

...

Una rata culta es una rata solitaria*

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*Sam Samage, Firmin

Psiquiatras, psicólogos, curanderos y otros

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Más que intentar estar bien de la cabeza, la mejor meta para nuestras simples vidas debería ser vivir contentos y hacer un poco más felices a los demás.