... páginas amarelas pelo tempo que passou, que com ROSAS certamente conviveu, guardam testemunhos valiosos, bem sei eu, para os vindouros deste e doutro tempo... que sobre o passado ficam curiosos
Maria Helena Vieira da Silva, Biblioteca, 1949. . . Os livros. A sua cálida, terna, serena pele. Amorosa companhia. Dispostos sempre a partilhar o sol das suas águas. Tão dóceis, tão calados, tão leais, tão luminosos na sua branca e vegetal e cerrada melancolia. Amados como nenhuns outros companheiros da alma. Tão musicais no fluvial e transbordante ardor de cada dia.
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Eugénio de Andrade, "Num exemplar das Geórgicas." in Ofício da Paciência .
. Ouve que estranhos pássaros de noite Tenho defronte da janela: Pássaros de gritos sobreagudos e selvagens O peito cor de aurora, o bico roxo, Falam-se de noite, trazem Dos abismos da noite lenta e quieta Palavras estridentes e cruéis. Cravam no luar as suas garras E a respiração do terror desce Das suas asas pesadas.
Sophia de Mello Breyner Andresen, "Os pássaros", in Antologia.
Os pássaros de Londres cantam todo o inverno como se o frio fosse o maior aconchego [...] os pássaros de Londres falam de esplendor com que se ergue o estio e a lua se derrama por praças tão sem cor que parecem de pano em jardins germinando sob mantos de gelo como se gelo fora o linho mais bordado [...] os pássaros de Londres cumprem o seu dever de cidadãos britânicos que nunca nunca viram os céus mediterrânicos
Mário Cesariny, Poemas de Londres. Assírio & Alvim, 1999.
. . O deserto é um silêncio depois do mar, É o êxtase da luz sobre o coração da areia. Vai-se e volta-se e nada se esquece. Tudo se oculta para depois se dar a ver No ponto em que os ventos se cruzam E as almas gritam no fundo dos poços. ...
. José Jorge Letria, "O deserto inominável", in Os Mares Interiores. Lisboa: Teorema, 2001
Más que intentar estar bien de la cabeza, la mejor meta para nuestras simples vidas debería ser vivir contentos y hacer un poco más felices a los demás.