terça-feira, 24 de novembro de 2009

Coisas antagónicas

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Oliveira Tavares, Sem título. Serigrafia 50 x 70cm.
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Mas eu, em cuja alma se refletem
As forças todas do universo,
Em cuja reflexão emotiva e sacudida
Minuto a minuto, emoção a emoção,
Coisas antagônicas e absurdas se sucedem —
Eu o foco inútil de todas as realidades,
Eu o fantasma nascido de todas as sensações,
Eu o abstrato, eu o projetado no écran,
Eu a mulher legítima e triste do Conjunto
Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água.
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Álvaro de Campos, "Mas eu", in Poemas.
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