terça-feira, 19 de maio de 2009

Ausência


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Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.
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Carlos Drummond de Andrade, Ausência.
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1 comentário:

Anónimo disse...

Tudo que se deixa nesta caixinha de arte fica guardado nos nossos corações. obrigada!