sexta-feira, 10 de abril de 2009

História de um homem pobre

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A coluna vertebral do meu pai era uma corda cheia de nós, do género das que as mulheres usam nas aldeias [da Índia] para tirar água dos poços; as clavículas descreviam uma curva em alto-relevo à volta do pescoço, como uma coleira de cão; golpes, incisões e cicatrizes, como pequenas marcas deixadas por um chicote, percorriam-lhe o peito e a cintura, chegando-lhe abaixo dos ossos da bacia até às nádegas. A história dum homem pobre está-lhe escrita no corpo, com uma caneta de ponta aguçada.
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Aravind Adiga (2009). O Tigre branco. Lisboa: Editorial Presença.

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